Nem fronteiras separam verdadeiras amizades

Durante quase sete anos da minha vida, morei na Cidade Maravilhosa, terra do Cristo Redentor, Pão de Açúcar, Arcos da Lapa e das famosas praias de Ipanema, Copacabana e Leblon, entre tantos outros atrativos. Ainda era adolescente quando saí de Santa Catarina rumo ao Rio de Janeiro e chorei muito quando tive que abandonar tudo para ir para lá… Para mim, era outro mundo a ser desbravado, um lugar totalmente desconhecido, diferente, com outras culturas e clima totalmente diferente do Sul do Brasil. Mesmo gostando de viajar, paixão desde aquela época….
Em todo o tempo que morei por lá, foram tantas e tantas experiências, momentos e amizades, que é até complicado expor o sentimento aqui. Foram os melhores anos da minha vida… E, dizem, a adolescência é marcante. Chorei ainda mais, na época, quando fui obrigada a retornar ao estado catarinense, em 1999.

Adolescência em pleno Rio de Janeiro

Tudo bem, caro leitor, este não é bem um post sobre viagens. Porém, fala sobre verdadeiras amizades, que não terminam mesmo diante da distância e das fronteiras.
No período que morei no Rio, fiz grandes amigos, com os quais consegui manter contato até hoje através do Orkut (que nos uniu novamente) e do Facebook. E a maior felicidade estava por vir: os reencontros.
Depois que voltei, curiosamente, não consegui visitar o Rio. Acredito, até hoje, que talvez meu espírito (ou seja lá o que for) não está preparado para rever amigos e relembrar momentos tão especiais. Por incrível que pareça, já estive algumas vezes em São Paulo, fui e voltei inúmeras vezes ao Rio Grande do Sul, conheci o Paraná, viajei para outros países em busca de novas experiências. Mas, não, realmente não consegui voltar ao Rio de Janeiro.
Logo em seguida à nossa mudança definitiva para cá, recebemos o Jorge, pai de dois amigos eternos: Rodrigo e Luciana Soares. Na mesma época, veio outro amigo, Ronilson. E este já veio algumas vezes para cá, inclusive com a família. Nesse meio tempo, recebi um convite especial de casamento, enviado por Rodrigo. Porém, alguns imprevistos e certas dificuldades atrapalharam a minha ida à Cidade Maravilhosa. Tentei, tentei, e na hora H não deu certo.

Ronilson (o mais cheio de roupas!!) em Tubarão, em 2014

Assim, o primeiro encontro com o passado, já adulta, ocorreu em 2012, com a visita de outro grande amigo carioca da adolescência, Nerinho. Ele veio para cá, ficou cerca de dez dias na minha casa e o levamos para conhecer as cidades da região e até a serra catarinense. Prometi que iria em breve ao Rio, e ainda não consegui. Sim, acho que é sina, ou sei lá o quê.
Este ano, duas pessoas daquela época vieram ao estado catarinense. Ronilson chegou em julho. Ficou pouco tempo, de quinta a sábado, entretanto, foi possível conversar em volta de uma boa pizza e bom vinho.
Agora, em agosto, pude reencontrar uma amiga depois de 15 anos. Lu esteve em Laguna durante o fim de semana e só consegui encontrá-la no sábado. Almoçamos juntas, conversamos, contamos as novidades e, sinceramente, o tempo e a distância não atrapalharam a amizade. Foi pouquíssimo tempo, mas deu para matar um pouco da saudade.

Luciana em rápida passagem por Laguna

E parece que o tempo não passou… Voltei a Santa Catarina em 1999 e o retorno ao Rio sempre esteve nos meus planos… E sonhos! Sim, porque sonho direto que estou lá, à procura de amigos e tentando marcar encontros que nunca dão certo…
Adoro viajar, desbravar lugares diferentes e ir além do horizonte. Confesso que estar em outras terras me fascinam, me tiram do sério e me transformam. Porém, sinto uma mistura de medo, ansiedade e agonia só de pensar em pisar no Rio. Vou desabar no choro, extravasar na emoção.
Sei que uma viagem vale mais do que mil fotografias e experiências. Mas uma verdadeira amizade vale muito, muitíssimo mais do que mil palavras que possam vir diretamente do coração… Afinal, nem as fronteiras e a distância conseguem separar amizades verdadeiras.
Caros amigos, muito em breve, e assim que for possível (e eu estiver preparada), voltarei ao Rio de Janeiro…